6.24.2005

Sancto Sebastiano




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an dich!






São Sebastião

Ainda em pé e tu já pareces um caído.
Só a tua forte determinação te mantém!
Absorvido e como uma mãe que amamenta.
Em sí envolto como uma coroa de lauréis.

As flechas vêm, uma a uma... e mais uma mais!
É como se os teus lombos viris as rebatessem,
Ponteiros trêmulos, forjados ferros agudos...
E trazes sorriso ileso em hora tão tenebrosa?

Teu grande sofrimento será singular e único!

Os teus olhos penam, porém estão descobertos.
Mesmo ao renegar, como se fosse coisa pouca,
Como se, sem dar a menor atenção, permitissem
O extermínio de preciosidade caríssima e bela.

Paul Beppler
Seattle, junho/2005 - Revisões:
25 de maio de 2006 & 27 de janeiro de 2007.
Tradução/adaptação do original "Sankt Sebastian"
de Rainer Maria Rilke


Sankt Sebastian

Wie ein Liegender so steht er; ganz
hingehalten von dem großen Willen.
Weitentrückt wie Mütter, wenn sie stillen,
und in sich gebunden wie ein Kranz.
Und die Pfeile kommen: jetzt und jetzt
und als sprängen sie aus seinen Lenden,
eisern bebend mit den freien Enden.
Doch er lächelt dunkel, unverletzt.
Einmal nur wird seine Trauer groß,
und die Augen liegen schmerzlich bloß,
bis sie etwas leugnen, wie Geringes,
und als ließen sie verächtlich los
die Vernichter eines schönen Dinges.

Rainer Maria Rilke: Neue Gedichte
Winter 1905/1906, Meudon



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